3 de fevereiro de 2007

Sistema Prisional


Fico me perguntando que mal terei feito à Deus para testemunhar a falência do sistema penitenciário e a assunção, em grande estilo, da marginalidade neste país.
O problema não é o pagamento de impostos. As contas públicas, ainda que sobretaxadas, são obrigação de todo cidadão.
O que me causa torpor é ver o meu dinheiro, ganho com trabalho honesto, ser usado para facilitar regalias nas prisões.
Causa-me revolta ver bandidos de alta periculosidade cumprindo suas penas ociosos, usando drogas, jogando cartas e com direito a visitas e íntimas e “tomar sol no pátio”. Trata-se do meu, do nosso dinheiro, garantindo estas bandalhas.
Fico me perguntando ainda porque a reforma penitenciária não chega. Porque não detona esta instituição equivocada e não remaneja estes meliantes para o campo, lugar onde, acorrentados, cuidariam da horta e dos rebanhos para alimentar pessoas de boa índole, homens que se dedicam a atividades laborativas, quase sempre por salários irrisórios e sem direito à melhor qualidade de vida.
Nossos presos nas condições em que se encontram não se recuperam socialmente. O tratamento a eles destinado não está direcionado para tal. Isto é fato. Nas penitenciárias apenas adiam o tempo em que voltarão às ruas, aos morros, para (re)assumir sua vida marginal.
Já pensei um dia que a pena capital pudesse ser a solução. Mudei de idéia. Primeiro, por convicções religiosas e morais. Depois por perceber que resolveria o problemas deles, mas não o nosso. A morte trágica para estas pessoas não tem o mesmo impacto que para nós. Aprendem a lidar com ela com naturalidade, como a única certeza dentro da vida que escolheram. Na verdade, fica apenas a dor das famílias, estas sim, cruelmente penalizadas.
O trabalho, contudo, pode ser um verdadeiro martírio para quem escolhe a vida fácil. Trabalhar em prol dos outros pode ser um castigo de proporções inigualáveis para quem não respeita a vida humana.
Acordar na madrugada, banhar-se em águas geladas, ordenhar, passar o dia arando a terra, planta e colher podem tornar-se tarefas árduas para quem está acostumado a matar e a roubar para ter o que deseja.
Nosso país é pleno de terras férteis. Nossas prisões estão repletas de bandidos. Falta a vontade política, o “animus operandi” para encontrar o elo que pode reverter esta situação.
Na concepção dos homens de Bem não pode existir coisa pior do que viver à margem da Lei. Na concepção dos criminosos nada pior do que o trabalho honesto.
Resta-nos impor isto a eles.






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Virgínia Meirim