19 de agosto de 2012

DESVINCULAÇÃO

Para muitos companheiros na Terra a desvinculação no campo afetivo é prova difícil. Desligamento do grupo familiar, distância da convivência. Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.

*

Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer.
Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranquilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio. Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem que o espinheiro da mágoa te nasça no coração.

*

Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.
Familiares que te amavam à presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
Assim nos expressamos porque frequentemente a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.
Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.

*

Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguraram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições; entretanto, por mais nos doa ao coração, muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes.
Bendize e auxilia sempre.
Os que partem ou se te separam da estrada, no dia-a-dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.

Emmanuel

Do cap. 3 do livro Na Era do Espírito, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.

O SERMÃO DA MONTANHA

O SERMÃO DA MONTANHA

Apóstolo Mateus
(Evangelho segundo Mateus – Novo Testamento)

Entre cerca de 50 e 75 d.C.

O Sermão da Montanha Apóstolo Mateus
MATEUS 5


Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede dejustiça porque eles serão fartos . Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. Bem-aventurados
os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós. Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a
todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Ouvistes que foi dito aos antigos:
Não matarás; e, quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno. Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de
ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno. Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo.
Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outrasorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo
seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal.
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas. Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, eonde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! Ninguém pode
servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais
ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir? Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal, branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno. Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil. Dá a quem te
pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? Não fazem os gentios também o mesmo? Sede vós,
pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.
Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.
Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho
também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.
Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se

maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.

Bem aventurados os pobres de espírito

Bem aventurados os pobres de espírito


Durante o sermão da montanha, o mestre Jesus afirmou: "bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus."

Ainda hoje muito se fala sobre tal ensinamento.

Eis que grande interesse desperta em todos os que tomaram conhecimento dos ensinos de Jesus.

No entanto, tal ensino, como tantos outros, resta ainda incompreendido pelos homens.

O que, afinal, o mestre pretendia proclamar?

Jesus proclama que Deus quer espíritos ricos de amor e pobres de orgulho.

Os espíritos ricos são aqueles que acumulam os tesouros que não se confundem com as riquezas da terra.

Seus bens não são jamais corroídos pelas traças, tampouco podem ser subtraídos pelos ladrões.

Os "pobres de espírito" são os que não têm orgulho.

São os humildes, que não se envaidecem pelo que sabem, e que nunca exibem o que têm.

A modéstia é o seu distintivo, porque os verdadeiros sábios são aqueles que têm idéia do quanto não sabem.

Por isso a humildade é considerada requisito indispensável para alcançar-se "o reino dos céus".

Sem a humildade nenhuma virtude se mantém.

A humildade é o propulsor de todas as grandes ações em todas as esferas de atuação do homem.

Os humildes são simples no falar.

São sinceros e francos no agir.

Não fazem ostentação de saber, nem de santidade.

A humildade, tolerante em sua singeleza, compadece-se dos que pretendem afrontá-la com o seu orgulho.

Cala-se diante de palavras loucas.

Suporta a injustiça.

Vibra com a verdade.

A humildade respeita o homem não pelos seus haveres, mas por suas reais virtudes.

A pobreza de paixões e de vícios é a que deve amparar o viajor que busca sinceramente a perfeição.

Foi esta a pobreza que Jesus proclamou: a pobreza de sentimentos baixos, representada pelo desapego às glórias efêmeras, ao egoísmo e ao orgulho.

Há muitos pobres de bens terrenos que se julgam dignos "do reino dos céus", mas que, no entanto, têm a alma endurecida e orgulhosa.

Repudiam a Jesus e se fecham nos redutos de uma fé que obscurece seus entendimentos e os afasta da verdade.

Não é a ignorância nem tampouco a miséria que garantem aos seres a felicidade prometida por Jesus.

O que nos encaminha para tal destino são os atos nobres, embasados na caridade e no amor incondicional.

Precisamos, também, adquirir conhecimentos que nos permitam alargar o plano da vida, em busca de horizontes mais vastos.

Pobres de espírito são os simples e nobres.

Não os orgulhosos e velhacos.

Pobres de espírito são os bons que sabem amar a Deus e ao próximo, tanto quanto amam a si próprios.

São aqueles que observam e vivem as leis de Deus.

Estudam com humildade.

Reconhecem o quanto ainda não sabem.

Imploram a Deus o amparo indispensável às suas almas.

Era a respeito desses homens que o Mestre Nazareno, em Suas bem-aventuranças, estava se referindo.

Muitos são os que confundem humildade com servilismo.

Ser humilde não significa aceitar desmandos e compactuar com equívocos.

Ser humilde é reconhecer as próprias limitações, buscando vencê-las, sem alarde, nem fantasias.

É buscar, incansavelmente, a verdade e o progresso pessoal, nas trilhas dos exemplos nobres e dignos.



Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo denominado "Pobres de Espírito e Espíritos Pobres", do livro Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel.

Cap. 07 - BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO - Forum Espirita

Cap. 07 - BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO - Forum Espirita

As novelas de TV: instrumento poderoso, mas mal utilizado

Muitas pessoas se espantaram com o fato de ter a revista VEJA, em sua edição do dia 8 de agosto, dedicado 9 páginas à novela Avenida Brasil, uma obra de ficção que a Rede Globo leva ao ar diariamente, às 21h.

Para que o leitor avalie o que tal fato significa, a revista dedicou na mesma edição 7 páginas ao julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do mensalão, o escândalo que levou ao banco dos réus 38 pessoas, um fato de importância real e decisiva para o futuro de nosso país.

Saliente-se que a revista VEJA pertence a um grupo editorial que edita outras revistas voltadas para o entretenimento e os programas de TV, ocupando-se VEJA, geralmente, de temas cuja importância para a nação tem, a exemplo dos assuntos políticos e econômicos, muito maior relevância.

As novelas apresentadas pela TV cumprem, como se sabe, um papel importante no tocante ao entretenimento das famílias e constituem um dos poucos divertimentos colocados, a custo zero, à disposição da população brasileira.
Ocorre que nem sempre, pelos valores que transmitem, têm elas contribuído para a formação cultural e o fortalecimento humanístico daqueles que as acompanham, capítulo a capítulo.

Neste momento, a trama central das novelas que a Globo exibe tem como foco a ambição desmedida – que é o caso da novela das 18h –, a inveja e o despeito – caso da novela das 19h –, o ódio e a vingança – que é o caso da novela das 21h – e, por fim, a luxúria e a hipocrisia – que constituem o foco de Gabriela, obra baseada em um dos clássicos do saudoso Jorge Amado.

Alguns alegarão que é assim mesmo que o povo brasileiro se comporta e que as novelas retratam tão-somente o que existe de fato na sociedade.

Pode ser. Não nos cabe discutir se isso é ou não verdade. Mas ocorre nos programas de entretenimento, inclusive nas novelas da TV, o que um certo presidente da República disse, oportunamente, a respeito da imprensa no Brasil, que dá um destaque muito grande para o erro e as mazelas e ignora o que se faz de bom e de certo no País.

Parece-nos que os autores de nossas novelas decidiram enveredar pelo mesmo caminho, o que sinceramente lamentamos, visto que têm eles à mão um instrumento poderoso que, no entanto, é muito mal utilizado.



Fonte: "O Consolador", Ano 6 - N° 274 - 19 de Agosto de 2012 - Editorial