25 de julho de 2009

Rio Acima - Jornal do Brasil - por MARCELO MIGLIACCIO


Indústria da exploração de crianças nas ruas tem que falir. Contribua
24/07/2009 - 14:00 | Enviado por: Migliaccio


Você tem boa visão? Onde está a criança no meio de tanto lixo?


Em Nova Friburgo, região serrana do Rio, um juiz ganhou a minha admiração. À frente da Vara da Infância e Juventude local, Marcos Vinícius Miranda Gonçalves, tirou a guarda dos filhos de duas mães que não têm condições morais para criá-los. Uma é traficante de drogas e a outra usava filhos para pedir esmola.

É uma pena que em outras cidades do Brasil mais juízes não façam o mesmo. Não aguento mais ver aquelas mulheres gordas sentadas embaixo de marquises pintando as unhas enquanto seu exército particular de crianças esmola ou vende balas nas janelas dos carros. Explorar crianças dessa forma deveria ser crime hediondo, sem direito a fiança, punido com prisão e perda imediata da guarda. Impedir que uma criança estude é crueldade, não só com ela mas contra toda a sociedade.

No caso de Friburgo, o juiz deu a ordem para que a mãe exploradora perdesse a guarda do bebê antes mesmo de seu nascimento. Quando veio ao mundo, a criança foi imediatamente encaminhada para adoção e, com sorte, terá um destino melhor do que ser usada para esmolar na infância e virar um marginal quando a adolescência chegar e sua aparência não for mais tão capaz de sugerir desamparo.

Se as pessoas parassem de dar esmola e comprar besteiras dessas crianças nas ruas, essa indústria deprimente iria à falência.

Dizem que o processo de adoção no Brasil é demorado e cheio de burocracia, ao mesmo tempo em que os abrigos estão repletos de meninos e meninas sonhando com um lar e uma família. Alguns ficam lá dez anos, quando o período indicado por estudiosos não deveria exceder três meses. Não conheço os trâmites para poder opinar sobre a lei de adoções, mas de uma coisa eu tenho certeza: há muitas mães que deveriam perder a guarda dos filhos sumariamente por mandá-los às ruas arranjar dinheiro em vez de colocá-los na escola. "São miseráveis", alguém pode alegar. Então cabe aos governos federal, estadual e municipal criar uma estrutura de abrigos-escola decentes para encaminhar todas essas crianças. Até estão se mexendo para isso, porém o déficit a sanar é gigantesco. Recursos, o país tem de sobra, mas eles ainda estão sustentando mordomias dos três poderes, subsidiando empresas rentáveis, rolando por aí...

É bom lembrar que Charles Chaplin, um dos maiores gênios do cinema (se não tiver sido o maior deles) era um menino de rua. Fugindo de casa e dos tormentos causados pela mãe, doente mental, ele vagava pelas esquinas de Londres até ser recolhido e encaminhado a um abrigo, onde pôde estudar e se tornar quem se tornou.

Aqui não. A indústria do filho está a pleno vapor e essas mulheres vão colocando no mundo uma escadinha de crianças para tirar delas, de forma cruel, o sustento para a sua vagabundagem.


MEU COMENTÁRIO:

Isto sim é ABANDONO DE INCAPAZ. Isto sim deve ser punido com os rigores da Lei como crime hediondo e inafiançável. E a nós, cidadãos, cabe a obrigação de quebrar este ciclo. É hora de deixar o coração de lado e parar de alimentar esta indústria deixando de comprar o que é oferecido pelas crianças nas ruas. O único problema é que se a criança não atinge a "cota financeira" do dia ela apanha muito quando chega à casa. Apanha do macho da mãe e até da própria mãe. Não se resolve nem em dez anos um problema de séculos. Tanto mais se falta vontade política da côrte...


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Indústria da exploração de crianças nas ruas tem que falir. Contribua

Perdão, Marcelo!
Mas sobre isto eu estou cansada de falar e escrever!


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