2 de março de 2007

ABERTURA DE ASSEMBÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Prezados condôminos, proprietários, inquilinos, vizinhos e amigos,

Serei breve. Em primeiro lugar, quero agradecer a presença e a compreensão de todos aqui neste momento, quando nos reunimos, de maneira urbana e cordata, para deliberar sobre as normas e conduta que irão nortear daqui para a frente os rumos do nosso condomínio.

Peço desculpas pelo transtorno causado pela convocação de mais uma Assembléia Extraordinária porém, estejam certos de que os procedimentos adotados foram necessários para que tudo o que respeita ao condomínio seja feito de modo o mais justo, democrático e transparente possível e, à luz da Lei.

É oportuno esclarecer que quando aceitei o cargo de Síndica em junho de 2006, o fiz com um único objetivo: trabalhar no sentido de preservar, cuidar e defender o nosso patrimônio comum e promover a valorização do conjunto imobiliário e a qualidade de vida de seus moradores.

Tenho consciência de que em vida comunitária deverá sempre prevalecer o preceito do interesse comum e não podem ser priorizadas as questões de interesse particular.

É certo que não tem sido uma tarefa fácil. É certo também que dela não me arrependo. Ao contrário, sinto-me cada vez mais fortalecida quando constato que, entre muitos erros e poucos acertos, temos conseguido, neste curto espaço de tempo, algum êxito em nossos empreendimentos.

Todos aqui presentes sabem que nossa receita é pequena assim como sabem, também, que recebi a conta do condomínio com apenas R$7,23. Talvez, por isto, eu ainda não tenha conseguido atender de forma satisfatória a todas as reivindicações dos condôminos.

Ainda há muito a ser feito porém, há também a certeza de que continuarei me esforçando para não decepcionar aqueles que confiaram em mim.

Por isto, enquanto falo, tenho um sentimento misto de alegria e decepção quando percebo que algumas pessoas insistem em ver a minha administração sob uma ótica estritamente pessoal.

Urge esclarecer que, neste momento, o nosso condomínio tem questões prioritárias a serem resolvidas e não podemos nos prender a problemas menores que sempre poderão se dissipar com um discurso amparado pelo bom senso.

Para conhecimento de todos, hoje somos pessoas jurídicas e, no entanto, até o presente momento não temos a Convenção Condominial, o instrumento que fará o condomínio representar e ser representado junto à sociedade civil. Enfim, ainda não somos nada nem ninguém. É a este fato, senhores, que neste momento precisamos dar a nossa atenção.

Quando assumi o cargo encontrei problemas mais sérios e complexos e jamais me deixei intimidar.

Aos que não se lembram, ou não tiveram conhecimento do fato, precisei lutar para desocupar um imóvel cuja moradora mantinha relações comerciais com marginais que vieram até aqui para “apagá-la”. Nossa segurança estava em risco, era preciso uma ação urgente. Eu tomei esta ação e a concluí com êxito.

Para os que não sabem, hoje para cada locatário novo o condomínio recebe da administradora responsável pelo imóvel uma carta de sua apresentação. É um item de segurança, precisamos saber quem é o nosso vizinho, não podemos nos arriscar e nos expor.

Outro problema grave referia-se à entrada da vila onde o lixo de moradores, comerciantes e transeuntes era depositado. Era uma questão de saúde pública que precisava de solução. Eu resolvi com a construção da lixeira.

Ainda na questão da segurança providenciei a iluminação da vila e sua servidão, a recuperação dos controles remotos do portão da garagem e muitos condôminos foram contemplados com controles remotos novos, sem nenhum custo.

O resultado destas iniciativas fica claro quando se constata que cada um dos proprietários passa a ter seu imóvel valorizado quer seja para aluguel, quer seja para a venda.

Não, senhores condôminos, não se trata de um discurso de políticos para enumerar suas obras e realizações. Longe disto. Não tenho esta pretensão.

Antes, é muito mais uma chamada de consciência para aqueles que não conhecem o cotidiano do nosso condomínio e para tudo o que realmente mereça o nosso desgaste e justifique a Assembléia do dia de hoje.

No momento em que alguns condôminos voltam a sua atenção no sentido de proibir festas e comemorações, lembro que deve haver cautela e respeito ao direito de ir, vir e estar de cada indivíduo.

É meu dever também esclarecer que as pessoas que, eventualmente, reúnem-se em festas de confraternização dentro do condomínio são, por acaso, aquelas que mais se empenham e mais doam a sua mão-de-obra para realizar benfeitorias para o nosso patrimônio. São as pessoas que tem a noção de responsabilidade coletiva e cuidados com o bem-comum.

Neste sentido, os senhores precisam saber que o condomínio sempre poderá contar com a colaboração:

· do Sr. Waldec e da Sra. Nadir que, por exemplo, pintaram a lixeira voluntariamente.

· dos jovens Ítalo, Estêvão que, apesar de “gritarem” no meio da vila empenharam-se em pintar o muro do final da rua interna juntamente com o Sr. Waldec, a Srta. Karina e o rapaz Rafael, namorado da Srta. Gabriela, que nem morador da vila é.

· do Sr. Aldo que, por saber das nossas dificuldades financeiras, providenciou as chaves para a lixeira a preço de custo.

· do Sr. Sidney que se voluntariou para ir ao banco fazer pagamentos no meu impedimento.

· da Sra. Kátia e da Sra. Nadir que sempre se colocaram à disposição para resolver problemas enquanto eu me encontrava em horário de trabalho.

· da Sra. Sandra que plantou e tem cuidado do jardim da servidão e da lixeira.

· e, ainda do sr. Waldec que colaborou na recuperação da iluminação da rua interna.

Como podem atestar, senhores condôminos, estes são apenas alguns exemplos de solidariedade e cooperação. Ficaríamos aqui a noite toda se eu me propusesse a enumerar todas as colaborações que tenho recebido destas pessoas, em particular

Por isto, desde a última Assembléia, tenho estado surpresa, com as reclamações fantasiosas sobre as “tantas festas supostamente realizadas no condomínio.”

O mais curioso é que as queixas partem justamente de condôminos que nunca se ofereceram para doar um décimo de seu tempo em prol do bem comum. A estes volto a lembrar que há assuntos muito mais complexos para serem discutidos na noite de hoje.

Há um ditado chinês que diz: “A águia não cata moscas”.

É exatamente assim como eu me sinto: uma águia que não vai dar ênfase a queixumes inferiores, que sempre podem ser resolvidos em nada mais do que cinco minutos.

Devemos nos preocupar, isto sim, com a posição do condomínio junto à sociedade civil e votar a Convenção Condominial visando à nossa responsabilidade social e coletiva de forma racional, imparcial, isenta de afetos e emoções.

É esta a postura que espero de cada um dos membros aqui presentes durante a reunião.

Finalizando, gostaria que todos observassem o andamento da pauta com absoluta objetividade e respeitassem o direito de voz de cada um dos presentes.

Muito obrigada.