20 de abril de 2007

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO




“Dizem que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.

Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem a porta, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão de sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo comprido, que lhes permitia alcançar o caldeirão, mas não a própria boca. O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados.
_ Eu não compreendo - disse o homem a Deus - por que aqui as pessoas estão tão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
_ Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a alimentar uns aos outros!”

Não podemos nos movimentar só diante das grandes barbáries. Como na fábula, talvez seja a hora de “nos alimentarmos uns aos outros.”

A ESCALADA DA VIOLÊNCIA - ATÉ ONDE SOMOS TODOS CULPADOS?

O vídeo que vocês podem assistir no link abaixo pode ser considerado, na minha opinião, uma das maiores campanhas contra a violência que assola a Humanidade. É uma severa chamada de consciência. Um grande tapa na cara. Mas, é também uma poderosa ferramenta de reflexão.

Nos dias de hoje, com sentimentos de vingança e revolta à flor da pele fala-se muito em redução da maioridade penal, pena de morte já, “matou tem que morrer, “olho por olho...” e tantas outras sandices como resposta para a grave crise social que estamos atravessando.

Tenho ouvido e lido depoimentos nas páginas da WEB de arrepiar qualquer um que tenha um mínimo de senso moral e respeito à vida humana. Vejo tudo com muita cautela por entender que falta ao Homem uma rigorosa revisão do seu código de valores e que, à luz da emoção, nada se consegue de concreto.

Não é hora de se colocar na mesma cesta o nosso desespero, as nossas reivindicações e os nossos desafetos.

A verdade é que neste país ninguém olha para o próprio umbigo. O problema é sempre do outro e a solidariedade só aparece quando o risco começa a ficar bem próximo de nós.

O Homem por todos estes séculos evoluiu intelectualmente mas não deu a mínima importância ao seu progresso moral. O caminho para a resposta que todos procuram não está nas passeatas, nas velas acesas, não está lá fora, não é um OVNI. Ele está dentro de cada um de nós.

Cada cidadão precisa ter coragem para fazer um severo inventário moral do que têm sido suas atitudes ao longo destes anos e perguntar a si mesmo de que forma colaborou para que as nossas crianças de hoje se voltem contra a sociedade a ponto de cometer tantas atrocidades.

Maioridade penal? Não! abandono social, isto sim.

(Re)educar é difícil, dá um trabalho danado. Então a sociedade prefere fazer deste jeito: reduz a maioridade penal e o problema não é mais nosso.

Todos nós sabemos que o aprendizado se dá por repetição de modelos. Se o modelo não é bom o produto final é ruim. E se o modelo é bom mas o aprendiz se nega a repetir cabe a cada um de nós tomar as rédeas da situação, corrigir, vigiar.

O Governo tem culpa? Claro que tem! principalmente quando não se obriga a implantar e manter programas sociais. Mas isto não livra a nossa cara nem tira de nós a parcela de responsabilidade por esta bagunça que está aí.

É muito fácil sair por aí gritando pena de morte já.

Entretanto, é preciso lembrar que não conseguiremos limpar o mundo se estivermos com as mãos sujas.

Virgínia Meirim



http://www.youtube.com/watch?v=8MALAyiiexo


ASSISTA E REFLITA. NINGUÉM ESTÁ IMPUNE.




Coisas assim

Coisas assim, sem como explicar. Pessoas matando, pessoas morrendo, pessoas sofrendo. Omissão, descaso, corrupção.

O Homem criado à imagem e semelhança de Deus perde os valores morais, o respeito a si mesmo e à vida humana. Perde o Amor, abraça o ódio, a revolta e a vingança. Opõe-se ao seu semelhante em combates cruéis com cheiro de sangue e sabor de morte. Despreza a sociedade sem se dar conta que agindo assim se despreza também. Rompe relações sociais e não percebe que está rompendo também com as suas possibilidades de se impor como cidadão e ser capaz de exercer seu papel como pessoa de Bem. De trabalhar em prol de dias melhores, de uma vida melhor. De um mundo melhor.

Esbraveja justificando seus atos covardes pela ausência de oportunidades sociais e necessidades não atendidas. Mentira. Esquece que cada homem é senhor do seu destino quando lhe é dada a possibilidade de fazer escolhas. Neglicencia o fato de que quanto mais corretas forem estas escolhas melhor será o seu destino. Mata alegando que as suas vítimas são as responsáveis pela situação marginal em que se encontra. A sociedade é cruel, diz. A sociedade o oprime, rejeita, despreza, grita. Ódio social, ódio, ódio.

Disse sabiamente o filósofo Jean Paul Sartre: “Não importa o que fizeram de ti. Importa o que fizestes com o que fizeram de ti.”

Colocar-se como vítima de um sistema e usar da violência para se impor a este sistema é, no mínimo, burrice. É escolher viver acuado, escondido como um rato, prisioneiro da própria sorte.

Tenho pensado nestas questões e conclui que alegar ausência de políticas sociais como uma das principais causas para a escalada a criminalidade é discurso vazio. Quem é de matar vai matar. Quem é de corromper vai corromper. Quem é de ser corrompido há de se corromper. Se assim não fosse, como justificar tantos crimes hediondos cometidos por pessoas socialmente inseridas, com direito à educação, saúde e lazer?

Não precisamos ir longe para encontrar a resposta. O cerne da violência está dentro de cada indivíduo, na sua voluntária inversão de valores éticos e morais. Está na ânsia do ter, na busca do máximo de prazer com o mínimo de esforço.

No reino animal ostentamos o triste título da única espécie que mata seu semelhante não apenas por questões de sobrevivência. O Homem mata para ter o que não tem. Mata porque não gosta de alguém. Mata porque alguém não gosta dele. Mata profissionalmente. Mata por matar.

Dentro desta perspectiva o futuro da Humanidade há muito tempo está ameaçado e ninguém parece se importar com isto. Olha-se o problema de fora, como se nós mesmos não fizéssemos parte deste universo. Como se cada ameaça ao todo não significasse uma ameaça a cada indivíduo em particular.

As coisas não vão bem para o nosso lado. Correndo tudo bem, estamos todos fo@#$!”#didos.