27 de setembro de 2009

TINHA QUE SER UM TIRO EM REDE NACIONAL DE TV, COMANDANTE PRÍNCIPE?

Comandante Príncipe, se me permite a intimidade....

Não haveria como recurso alternativo as famosas balas de borracha que nos imobilizam quando estamos em passeata?
Quem sabe até aqueles famosos dardos com alto poder de sedação utilizados para abater tigres na selva?

Porque a polícia resolveu protagonizar essas cenas de horror? contrato milionário com alguma rede de televisão? porque o Major "snippper" está posando de herói???? coisa estranha... será que vai aceitar o convite para posar nu?

Este angú tem muito caroço, meu prezado Comandante, se me permite a intimidade...

Devo eu, a partir de agora e destas perguntas, dormir de janelas fechadas? ou andar olhando para o alto à espera de um possível snipper à espreita?
A verdade dóóóóóóóóiiiiiiii, Comandante Príncipe! o Sr. não tem noção.....
Falta de preparo da polícia querendo pagar pelos pecados na morte da refém do 174?
Esta é a verdade. Nada mais que isto.
Virgínia Meirim (a próxima vítima da PM por ter a língua solta)

A SORTE E A MORTE DE DUAS FAMÍLIAS



Calma, gente!
Já sei o que vão gritar os justiceiros de plantão: “Por que não levou o bandido para casa?”. Demagoga! Quer aparecer! bla´... blá... bla´...
Sinto muito, não me importo. Eu e essas pessoas jamais teremos o mesmo universo de discurso. Então...
Acabo de ler que a mãe do assaltante que fez uma vítima refém ameaçando a todos com uma granada disse que “a polícia poderia ter esperado”. Vi no seu rosto a expressão da desesperança, da dor e parei para pensar em quem raramente pensamos em situações assim: a mãe do criminoso.
A polícia cumpriu o seu papel. Era uma ação policial e não um espetáculo circense. Por que os aplausos? Há coisas que não consigo entender.
Confesso que ontem chorei por solidariedade sincera à vítima e à sua família. Não há como nomear o desespero daquele momento, a barbaridade que sofreram.
Hoje, sem a menor demagogia, chorei pela mãe do criminoso. Vendo a foto daquela mulher percebi que algo nela despertou algo em mim. Um dia, talvez, eu descubra o quê.

Vejo as imagens do homem abatido a tiro como um animal caçado. Chorei por sua mãe, sim. Imaginei a sua dor quando soube do ato insano e criminoso do filho. Chorei imaginando o que é ver um filho cair com uma bala na cabeça em rede nacional de televisão. E o povo aplaudindo.

Quando assisti as cenas da morte pensei: só quem é MÃE é capaz de medir a dor de ver um filho escurraçado por toda uma cidade querendo a sua cabeça. Mesmo ele sendo um criminoso.

Não vamos julgá-la prematuramente, no calor da emoção, por supostamente ter errado na educação do filho. Será que errou mesmo?
Os jovens de hoje (muito mais do que em todos os tempos) fazem escolhas ruins, muito ruins. Quantas vezes este filho, hoje morto, pode não ter dado atenção aos conselhos daquela mãe?
O cancro da violência está em todas as classes sociais. Está nas escolas. Está nas ruas. Mas, principalmente, está dentro das pessoas.
Se você passear pelas redes sociais pode observar o quanto existe de violência virtual que, bastando um pequeno empurrão, cai no mundo real.
Um adulto equilibrado, pai ou mãe, sabe perfeitamente do que estou falando: apologia ao crime, venda e distribuição de drogas, encontros para brigas de torcidas organizadas ou de gangues, homofobia, sexting, intolerância religiosa, calúnia, agressão a homossexuais e a todas as diferenças, e por aí vai.
O cardápio é grande. Há toda sorte de manifestação de violência. Um verdadeiro cyberbullying.
Acho que deveríamos colocar nossos corações em cima da mesa e, usando apenas o cérebro, fazer um inventário moral do nosso papel de pai ou mãe:
Quantos de nós sabemos o que realmente se passa na cabeça e no coração de nossos filhos com 100% de certeza ?
Quantos de nós temos absoluta confiança em tudo o que sabem e andam fazendo?
Sem hipocrisias, não julguemos aquela mulher.

A polícia fez o que precisava ser feito e a mãe do criminoso está sofrendo. É como sempre digo: uma verdade não exclui a outra.

Mãe nenhuma quer enterrar um filho. Mãe nenhuma quer parir um criminoso.
Acho que foi por isto que entendi a dor daquela mulher.
Por isto não posso julgá-la. Por isto não aplaudi quando seu filho foi abatido.
A questão é ampla, complexa e as soluções não podem ser levantadas no calor da emoção e da revolta.

Bem, é isto.
Abraços fraternos
Virgínia Meirim

Apenas uma fábula - O domingo é de sol mas sua cor é cinza...

“Dizem que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.
Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem a porta, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão de sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo comprido, que lhes permitia alcançar o caldeirão, mas não a própria boca. O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados.

_ Eu não compreendo - disse o homem a Deus - por que aqui as pessoas estão tão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?

Deus sorriu e respondeu:

_ Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a alimentar uns aos outros!”

Não podemos nos movimentar só diante das grandes barbáries. Como na fábula, talvez seja a hora de “nos alimentarmos uns aos outros.”