2 de setembro de 2014

TEXTO DE GREYCE RAMOS



Sempre achei que minha filosofia de vida poderia impactar na minha escolha religiosa.
Hoje em conversa com um cara fodástico percebi que não, meu Deus quer o meu bem e minhas escolhas filosóficas e de militâncias e prol de alguma causa faz parte do meu eu.
Não quero falar de religião, eu ainda nada tenho muito definido, apenas que Deus existe e pode nos libertar de confusões existenciais.
Estamos sempre em constante busca da paz e felicidade mesmo sabendo que a linha para o abismo é tênue, mas isso é papo para outro cigarro.
Hoje vim agradecer à Deus e a ao movimento feminista que simplesmente me salvaram de situações absurdamente tristes que passei em minha vida, sei que muitos aqui podem ser ateias ou ateus, e você tem todo meu absoluto respeito, como qualquer outra pessoa que tenha escolhas que não machuquem ou firam alguém em qualquer âmbito existencial.
Nessa vida passei por tantas provações e sai ilesa de todas elas e hoje em dia ajudo quem sofre com o que eu já sofri, falo de traumas infantis, transtorno alimentares, transtorno de pânico, despersonificação e entre outros, e a esses problemas que foram CURADOS eu agradeço à Deus, à ciência e ao feminismo.
Toda e qualquer aspecto filosófico e social que inserimos em nossa vida chega dando aquela sacudida em sua caixa d’agua ( consciente ) e levantando o lodo ( inconsciente ) e por alguns instantes perdemos nosso chão, minhas amadas isso faz parte da nossa desconstrução do que era ‘’verdade’’ e passamos, assim, a aceitar ideias, filosofias, militâncias e ideais novos, mas nada vem de boas se você tem algo ‘’negativo’’ enraizado, não será fácil e nada cômodo, sair da zona de conforto dói mais que quebrar alguma parte do nosso corpo, pois o corpo é palpável, as ideias não. O ser humano tem ‘’mania’’ de só acreditar no que é palpável.
Minhas amadas, que tal sair do conforto e pôr a cuca para funcionar? Se empoderar (procurem o significado, será uma vasta ajuda), se amar e entender que hoje em dia a sociedade é contra nós mulheres, estamos começando a ganhar espaço, mas mesmo assim somos tolhidas o tempo todo e obrigadas a conviver com atitudes machistas, e aparentemente, vejo que para algumas mulheres isto é normal e super engraçado, amigas, não tem nada de normal ser desrespeitada e aturar cantadas, humilhações, abusos, estupros e afins
À quem tanto questiona como eu vim parar no feminismo, eu respondo de boa, tenho um lema em minha vida, que talvez quase ninguém conheça, pois me acham estranha e confusa demais para tentar me entender: AJUDAR SEMPRE AO PRÓXIMO, SEJA ELE QUEM FOR, E EXPLANAR TODOS MEUS TRAUMAS AFIM DE AJUDAR QUEM SOFRE CALADA E NÃO TEM AMPARO OU FORÇA PARA SAIR DE TAL SITUAÇÃO, então, amadas, contem comigo sempre.
Mas vamos lá, por onde entrei no feminismo: Acho que já comentei aqui que tive transtorno alimentares devido a sociedade me cobrar ser perfeita, magra e linda, desconstruir isso é muito difícil e sozinha eu jamais conseguiria, agradeço a Deus e minhas flores amadas feministas que conseguiram me ajudar a construir em mim que eu sou uma mulher foda, linda e independente.
Mas o estopim foi quando um ex namorado antes de me espancar, me violentava psicologicamente, por momentos eu achava que eu era a errada, que eu deveria agir de forma com que contentassem ele e não podia, de forma, alguma ir contra o que ele pensava.
Ele escondia minhas roupas, maquiagens e quando saíamos eu não podia ter contato com pessoas na rua, isso mesmo, eu tinha que olhar para o chão.
Agora me diga, quantas mulheres você conhece nesta situação? Tenho certeza que no mínimo 3. O que você faz a respeito? Deixa como está pelo fato de você achar que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher? Acha que ela é uma babaca? Tem raiva dela? Acha que tudo vai ficar bem?
Béééééé, você é machista! Infelizmente, minha amiga, você não percebeu que está seguindo regras cagadas pelo patriarcado em que vivemos. Convido vocês a expandir suas mentes, por conta própria, ou, se precisarem de ajuda, contem comigo! E sim, em briga de marido em mulher, onde a mulher é alvo de agressão e humilhação seja corporal ou psicológica, sim, devemos meter os talheres todos, ok?! Fazer a ‘’phyna’’ e ficar de fora pode tirar a vida de alguma irmã. É isto que você quer? PENSE.
Quantas de vocês já debocahram de uma mulher, de sua roupa, de seu corpo, de seu cabelo, de sua aparência? Acredito que todas nós, pois antes de ser feminista eu era machista, e posso afirmar que isto mudou minha vida! À vocês que ainda agem desta forma eu sugiro pesquisar sobre sororidade (vai esclarecer a vida de vocês)!
A maioria dos homens, eu disse a maioria, não todos, não percebem o quão mal educados, mal aprendidos, não tem consciência de humanidade, consciência do que é uma mulher na integra (não sabem que nós não somos apenas vagina) e muito menos de evolução socialista.
Agora me pergunto, vai ficar esperando que eles tomem essa chamada de consciência para que o mundo seja um lugar mais justo? Bééééé, por que não começa dentro de ti a mudança em prol de sua liberdade, liberdade corpórea e de pensamento?
O feminismo me fez entender o quanto eu posso e devo ser EU, um eu sem roupa, um eu nu, um eu sem vergonha e com total liberdade do meu corpo, seja ele socialmente visto como magro, feio, gordo e qualquer outro adjetivo que não me interessa, pois o que interessa é que eu me acho linda e ‘’ducaralho’’.
Digam-me, quantas de você se sentem assim? Quantas de vocês tem coragem de pôr a roupa que quer e enfrentar esse monte de homem caga-regra?
Fica a tormenta de reflexão para vocês!
No que eu puder ajudar e ser útil, minhas amadas, estou a disposição!

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Imagina! Você é muito inteligente e talentosa! A honra é minha de ter seu texto aqui. Bjus!

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Obrigada pelo post!
Virgínia Meirim