12 de setembro de 2014

Marina Silva: um cavalo de Troia batendo a sua porta

Marina Silva: um cavalo de Troia batendo a sua porta


Para além do que já se sabe, o que mais cabe dentro desse verdadeiro cavalo de Troia em que, de Agripino Maia, a Silas Malafaia, passando por jornal Folha de S. Paulo, Rede Globo, e revista Veja, já embarcaram?

O processo eleitoral este ano assumiu feições suis generis. Com a morte trágica do candidato do PSB, Eduardo Campos, parte do eleitorado conservador e mesmo preconceituoso migrou da candidatura de Aécio Neves para a de Marina Silva, sucessora de Campos na disputa.

Se antes o cenário de não haver segundo turno era plausível, hoje, com o setor financeiro, do agronegócio, das multinacionais, da imprensa golpista, de seitas neopentecostais com grande penetração nas periferias das grandes cidades, entre outros setores antidemocráticos, a hipótese de o país sair de uma rota de estabilidade de longo prazo para ingressar em outra de sérias turbulências econômicas e políticas, representado na candidatura de Marina Silva, é severa.
A possibilidade de paralisação de obras gigantescas relacionadas às hidrelétricas em construção, com prejuízos estratégicos, é concreta, uma vez que Marina sempre foi e continua sendo contrária a elas. A tranposição do rio São Francisco, em pleno curso, idem. A "independência" do Banco Central, na verdade privatização desse banco com a entrega de seu controle aos banqueiros privados, já foi assumida publicamente por ela. A exploração do pré-sal, ela mesma anunciou que vai colocar em segundo plano – é daí que virá um rio de verbas para a Educação e a Saúde - certamente isso está sendo negociado com petroleiras estrangeiras; a destruição da política de realimento internacional, com a criação do BRICS (Brasil, Russia, China, Índia e África do Sul), com ações na África e na América Latina, em privilégio do realinhamento incondicional com os EUA, também já foi anunciada.
Se até ontem ela era contra o emprego de transgênicos na atividade agrícola, agora seu vice é o mesmo que a atacou em nome do agronegócio. Ela é contra a pesquisa de células-tronco, contra a descriminalização do aborto, contra a união estável de pessoas do mesmo sexo, contra as religiões de matriz africana.

Abandonou o PT, ficou sem partido, foi para o PV, tentou criar o Rede, saiu do rede para se filiar ao PSB, mas já avisou que não ficará nesse partido. Ou seja, não tem respeito por nenhuma agremiação pela qual passou, despreza partidos políticos e navega solta no populismo aventureiro de Jânio Quadros e Collor de Melo.

Sem partido, usando o PSB como barriga de aluguel, a rigor, é um vácuo a ser preenchido (e já está sendo) pelo império dos bancos, da mídia golpista, de gênese lacerdista, e de fanáticos religiosos. É um verdadeiro cavalo de troia, uma aventura ultraconservadora travestida de "nova política", que não dispensa nem as famílias Roberto Marinho (da capiciosa Rede Globo) e Civita (da enojante revista Veja), nem os igualmente enojantes Silas Malafaia e Marcos Feliciano - os mesmos que consideram homossexualismo doença e obra do satanás.

A única forma de combatermos esse neojanismo temerário e potencialmente desastroso para os rumos estratégicos do Brasil e para a estabilidade democrática é nos reunirmos, discutirmos, avaliarmos o curso dos acontecimentos e irmos à luta para esclarecer nossos vizinhos, amigos, parentes, colegas de trabalho, entre os tantos que se mostram iludidos pela fala confusa dessa candidata. Aqui, vale o provérbio: "Atrás da confusão, mora o lobo".

Por isso estamos convidando você para o que segue:

Reuniões todas as 5as. Ffeiras, 19h30 – até o fim da campanha eleitoral
Sede da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Av. Liberdade, 113, 3º. andar - Próximo à estação Liberdade do Metrô.

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Virgínia Meirim